quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Como Estrela na Terra é um filme que se passa na Índia e trata da história de Ishaan, uma criança de nove anos que sofre com dislexia que é um transtorno Neuro-funcional ou um distúrbio de aprendizagem, é definida como uma dificuldade relacionada à aquisição e ao desenvolvimento da leitura, da escrita, do soletrar e também da matemática comprometendo assim seu aprendizado. Suas características principais consistem em desorganização, letras com traçado incorreto erros ortográficos, sentenças incompletas, erros gramaticais e dificuldade para copiar do quadro negro ou de livro, além de lentidão na escrita.
Ishaan em sua condição de dislexo sofre com a incompreensão dos professores, da escola, da família e é visto como uma criança antissociável e indisciplinado devido aos problemas em que constantemente se envolve. Membro de uma família em que o pai é autoritário e agressivo que se preocupa apenas com o trabalhar, pagar as contas e uma mãe extremamente submissa não percebe o dilema vivido pelo filho, a escola e os professores por sua vez infelizmente como ainda é muito comum nos dias de hoje o viam da mesma forma.
A escola enquanto instituição muito tradicional tinha seu ensino voltado para o mercado de trabalho e junto ao seu corpo docente, “professores assassinos’’ tinham dificuldade de lidar com o diferente e como medida disciplinar usavam os castigos físicos e psicológicos que só reforçavam a sensação de inferioridade de quem já vivia em um mundo tão particular”. Após repetir pela segunda vez a terceira série hoje 4º ano e diante de resultados negativos apontados pela escola, o pai resolve transferi-lo para um colégio interno por acreditar que parte do seu fracasso escolar era devido aos cuidados excessivos da mãe que mesmo não concordando com algumas atitudes do marido em relação à Ishaan não o contrariava.
Sua ida para o internato foi frustrante uma vez que além de ser um ambiente novo teria que conviver com a ausência da família, e no contexto pedagógico era igual ou pior a escola anterior, professores tradicionais, detentores do saber e tinham as crianças como depósito de conteúdos. Mesmo Ishaan sendo anonimamente um artista nato tinha problemas nas aulas devido à dislexia que o impedia de seguir comandos e acabava sendo alvo da palmatória um dos castigos prediletos dos professores de Artes e Matemática.
Em meio a tanto sofrimento, chega um determinado momento em que a escola substitui sem se dar conta o professor de Artes por um verdadeiro educador (Rajam) que chega com um método totalmente inovador fugindo por completo do tradicional, e com suas aulas envolventes logo percebe que há algo diferente com Ishaan que não interage e passa a observa-lo mais atentamente. Enquanto educador e comprometido com seu trabalho começa a perceber que este não está no mesmo nível da turma, e consciente de que ensinar e aprender pela lógica da inclusão requer alguns desafios bem como desenvolver algumas habilidades e competências, Rajam contrariando a direção e demais colegas vai à busca do histórico escolar e familiar deste ser cognocente na tentativa de levantar dados que o ajude a compreendê-lo e dessa forma adotar um procedimento educacional adequado para que o mesmo venha a se desenvolver.
Durante sua busca, julga necessária uma análise de todos os seus cadernos onde percebe uma semelhança nos erros cometidos por Ishaan desde sua escola anterior. Grafia semelhante: b/d, p/q, sons semelhantes: d/ t, v/f, repetição: caramemelo/ bananana etc. Diante de tais indícios o professor educador constata que o mesmo sofre de dislexia e após uma longa conversa com seus pais retorna ao internato e dá início a um trabalho de resgate da autoestima, e através da ludicidade, resgata paulatinamente sua autoconfiança utilizando suas próprias obras de arte e grandes nomes da pintura que assim como ele tiveram dificuldade de leitura e escrita. Após esse processo Rajam utiliza o método Montessori ano para d0,35cmar início à alfabetização propriamente dita quebrando barreiras, paradigmas educacionais e provando que desde sempre a parceria família / escola é indispensável para a eficácia da aprendizagem significativa, o que até hoje vem sendo um dos maiores fatores do insucesso escolar por falta de conscientização de ambas as partes sobre tal importância. Por tanto, percebe-se que o filme Como Estrela na terra é uma mensagem para nós educadores e para o mundo no sentido de mostrar qual o nosso real papel com relação à formação do ser humano.


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